Danilo na mira: Vereador se diz perseguido e desabafa sobre clima de boicote na Câmara de Itabuna; ouça entrevista

O vereador Danilo Freitas (UB) se tornou, nesta terça-feira (3), o centro de uma crise política que expôs rachaduras internas na Câmara Municipal de Itabuna. Após declarações contundentes em uma entrevista de rádio, nas quais criticou colegas e questionou processos legislativos, Danilo passou a ser alvo de duras reações dos próprios parlamentares.

O episódio culminou na cobrança, por parte de vereadores, pela instalação imediata do Conselho de Ética, um dispositivo até então esquecido dentro da Casa Legislativa.

Mas, na visão de Danilo, o movimento tem outro nome: perseguição política.

“Não nasci vereador. Perco mandato por qualquer coisa, menos como ladrão”

🎯 O estopim do incêndio

Durante sua fala na rádio, um comentário específico acendeu ainda mais os ânimos: a educação de Itabuna.

“Fiz uma pergunta sobre a educação de Itabuna. Falei que nem a filha do prefeito estuda na cidade. E falei alguma mentira? Não estuda! Mas aí vem essa turma fazer moral com o prefeito, fingindo que isso é ataque pessoal. Eu só constatei um fato. A cidade inteira sabe. Agora eu não posso falar isso, não?”, questionou.

Danilo sustenta que seu papel tem sido simplesmente cumprir a função para a qual foi eleito: fiscalizar o Executivo. Segundo ele, suas críticas nascem da frustração por ver seus requerimentos sendo sistematicamente rejeitados, especialmente os que envolvem pedidos de esclarecimento e convocações de secretários.

“O Conselho de Ética tem que abrir mesmo, eu não tenho problema com isso. Coloquei 27 requerimentos. Nenhum passou. Quer que eu faça o quê? Entregue flores? Meu mandato não é pra isso. Não sou pago pra tapar buraco nem fazer obra. Eu sou pago pra fiscalizar”, disparou.

Em tom de desabafo, Danilo foi além e afirmou que sua postura tem gerado incômodo dentro da própria Câmara, que segundo ele age para proteger aliados da Prefeitura.

“O que está acontecendo aqui é que tem gente que quer fazer moral com o Prefeito, e aí tudo que eu falo vira problema. Mas eu não sou moleque. Me respeitem. Eu me respeito. Eu não me vendo, não abaixo a cabeça”, completou.

🔥 O preço de falar o que pensa?

O clima no plenário foi de forte tensão. O vereador Sivaldo Reis (PSD) foi quem puxou a fila das críticas, dizendo que Danilo faltou com respeito à Câmara e aos colegas. Outros parlamentares também se manifestaram em tom de reprovação.

Por outro lado, Danilo vê no movimento uma tentativa clara de silenciamento. Para ele, a indignação dos colegas não é pelo tom das críticas, mas pelo fato de ele ter exposto publicamente situações incômodas, como supostos privilégios, nomeações de aliados e acordos de bastidores.

O presidente da Câmara, Manoel Porfírio (PT), tentou adotar um discurso conciliador, falando em união e responsabilidade com a imagem da Casa, mas confirmou que medidas serão tomadas.

🔍 Injustiçado ou linha de frente da fiscalização?

O fato levanta uma pergunta incômoda, não só para os vereadores, mas para a sociedade itabunense:

Danilo Freitas está extrapolando os limites do decoro parlamentar ou está sendo alvo de uma retaliação?

Por enquanto, o vereador mantém a postura: de cabeça erguida, prometendo não recuar. Mas também ciente de que o preço da independência, dentro da política, costuma ser alto.

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