Imagine que a cidade seja um grande barco descendo o rio. Uma cidade secular não é uma embarcação qualquer. Vem carregada de sonhos, desafios e de gente que nunca parou de remar.
No comando, o prefeito é o capitão. É ele quem define a direção e carrega a responsabilidade de atravessar tempestades sem perder o rumo. Mas, ele não navega sozinho.
Os vereadores são os oficiais de bordo. São eles que estão mais próximos do convés, ouvindo a tripulação, fiscalizando se as ordens estão sendo cumpridas, ajustando as velas e alertando ao capitão quando algo não vai bem. Se os oficiais não têm voz ou ferramentas de trabalho se tornam reféns das marés.
Agora imagine esse navio navegando com seus oficiais insatisfeitos. Sem as ferramentas de trabalho, sem respostas para levar à tripulação (povo) e pressionados a resolver problemas que têm origem na cabine de comando.
Enquanto isso, os fornecedores que abastecem com mantimentos, combustível e serviços, estão sem receber, e começam a abandonar o barco. Os depósitos começam a esvaziar e a estrutura começa a falhar.
E no meio desse cenário, a tripulação, formada por homens e mulheres em busca de dignidade, começa a bater à porta dos oficiais. Querem ajuda e querem ser ouvidos.
O que acontece com esse navio? O caos começa lá embaixo, nos porões, onde a pressão é mais forte.
Os oficiais (vereadores) ficam sobrecarregados, tentam remediar com o que têm, mas são cobrados por soluções que não podem oferecer sozinhos.
E a tripulação, sem emprego e sem direção, começa a gritar cada vez mais alto.
Um navio assim não naufraga de uma vez. Ele afunda aos poucos. Primeiro pelos porões, depois pelos corredores e, quando a água chega à cabine do capitão, já não há mais tempo para conserto.
Essa é a metáfora perfeita para explicar uma gestão que perde o controle.
Não adianta um comandante que não escuta, empurrar a conta para quem está remando lá embaixo.
Organizar a casa, respeitar quem mantém o navio de pé e ouvir os alertas não é favor. É obrigação. Porque no fim, a conta dessa viagem é paga por todos.