O clima foi de indignação na manhã desta quarta-feira (16) em frente à agência do Bradesco, no centro de Itabuna. O Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região realizou uma paralisação de uma hora em protesto contra mais uma demissão no local — a sétima desde o ano passado na agência 0239. O número chama atenção e coloca Itabuna entre as localidades com maior índice de desligamentos no Bradesco em todo o país.
Para o sindicato, as demissões em série revelam uma política desumana do banco, que ignora os impactos sobre a qualidade do atendimento e a saúde dos trabalhadores. Com menos funcionários, a sobrecarga é inevitável, afetando não só os bancários, mas também os clientes, que enfrentam filas maiores e atendimento mais lento.
A revolta é intensificada pelos lucros bilionários da instituição. Em 2024, o Bradesco alcançou um lucro líquido recorrente de R$ 19,6 bilhões — alta de 20% em relação ao ano anterior. Mesmo diante de resultados tão expressivos, o banco segue enxugando equipes e promovendo um processo acelerado de digitalização, que, segundo a entidade sindical, desconsidera realidades importantes.
“Muitos idosos e pessoas com dificuldade de acesso à tecnologia estão sendo deixados para trás”, alerta o sindicato. “É uma estratégia que visa cortar custos, mas que exclui parte significativa da população.”
A mobilização desta quarta foi mais um capítulo da luta dos bancários por condições dignas de trabalho e por um sistema financeiro que coloque as pessoas no centro, e não apenas os números. O sindicato afirma que seguirá denunciando as práticas abusivas do Bradesco e mobilizando a categoria em defesa dos empregos, da saúde e do atendimento humanizado.
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