🎯 Por Andreyver Lima — especialista em estratégia política
Enquanto Estados Unidos e China travam uma guerra comercial e ameaças diplomáticas, uma batalha muito mais sutil — e infinitamente poderosa — acontece na frente dos nossos olhos. Uma guerra que não usa tanques, nem bombas, mas vídeos de 15 segundos e algoritmos viciantes.
A disputa entre as duas maiores potências do planeta está longe de se resumir ao comércio de chips, mas também de influência cultural, narrativa e percepção de valor. E a China está vencendo essa batalha com uma arma que você usa todos os dias: o celular.
💣 O ataque começa com um vídeo
Diversos vídeos no TikTok estão mostrando chineses fabricando bolsas de grife, relógios de luxo e tênis caríssimos. Eles explicam sorrindo o processo inteiro, com uma trilha sonora simpática e um toque de humor. E o que viraliza na plataforma chinesa, viraliza no Instagram, plataforma americana.
A mensagem final é brutal: “Essa bolsa que você paga 40 mil dólares custa mil pra fazer. E a gente faz aqui.”
Não é somente mais um vídeo viral, é estratégia de guerra narrativa na prática.
🌐A China não quer só vender. Ela quer desmontar o conceito de luxo ocidental
Por décadas, o Ocidente vendeu a ideia de que luxo era exclusividade, status, poder. Marcas viraram templos. Produtos viraram símbolos sociais. Agora, a China está dizendo: “A gente não só fabrica o que vocês chamam de luxo — a gente pode mostrar o processo, expor a margem de lucro, e ainda entregar o mesmo produto por 90% menos.”
Não é falsificação. É desconstrução da narrativa ocidental.
🧠 Guerra de percepção
Esse movimento tem um efeito direto no psicológico do consumidor global. O que antes era motivo de orgulho — ter um item “de grife” — passa a ser visto como ignorância ou vaidade inflada.
A elite ocidental se vê exposta. O consumidor comum, empoderado.
Isso não é só marketing. É geopolítica. As guerras atuais não são travada apenas por territórios ou tecnologia. Ela também é disputada na mente das pessoas.